As fraudes se sofisticam na internet e você precisa ter cuidado redobrado
As fraudes se sofisticam na internet e você precisa ter cuidado redobrado
por Erick Feres
Tal como no mundo real, as fraudes também atingem o mundo virtual da Internet. Hackers diariamente invadem nossos computadores, capturam informações pessoais e fazem transações financeiras e comerciais criminosas. Tudo isso acaba por causar enormes prejuízos às instituições bancárias, comerciais e aos próprios usuários internautas. Dentro de vários tipos de fraudes existentes iremos focar especificamente naquela que expõe a fragilidade do sistema de pagamento feito pelo cartão de crédito.
Imagine que você vai a uma loja e decide pagar suas compras com o cartão de crédito, fora de sua vista o atendente do estabelecimento toma nota dos dados do seu cartão. Passado um mês depois da compra, em sua fatura chegam cobranças de diversas compras online de sites que você nunca nem se quer ouviu falar. Obviamente a primeira atitude a ser tomada é de ligar ao banco emissor de seu cartão para pedir o cancelamento das compras realizadas. O cancelamento ou estorno é feito e, presume-se que o banco ou a administradora de seu cartão assumiu os custos do prejuízo.
O que muitos não sabem, é que quem paga por isso é o próprio lojista onde o cartão foi usado. As bandeiras de cartões de crédito não se responsabilizam por vendas não presenciais, ou seja, aquelas onde o cliente não está fisicamente presente pagando com o cartão. O dono de um e-commerce muitas vezes não sabe desse risco e toda transação que passa pela loja é aceita, imaginando que essa é uma operação sem risco. Ele começa a notar o tamanho do problema que é vender sem saber quem está do outro lado dessa operação, quando começa a receber cartas da administradora de cartões solicitando documentos que comprovem a venda cobrada na fatura dos clientes.
Hoje é muito simples fazer transações online com cartão de crédito, basta inserir o número do cartão, validade e código de segurança do mesmo. Poucos bancos solicitam senha para liberar a compra. Mesmo que a senha seja digitada, o banco não se responsabiliza caso seja algum tipo de fraude.
Então, como fazer para saber se é seguro ou não vender para determinados clientes? Impossível ter certeza em todas as vendas, porém alguns cuidados podem ser tomados para evitar esse tipo de complicação. Existem muitos fatores que levam a uma desconfiança, por exemplo: compras de valores muito elevados, clientes que fazem um novo pedido logo após ter recebido a primeira compra, pedidos com cadastro de uma cidade/estado e entrega em outro local, pedidos aprovados somente após diversas tentativas, diversos pedidos feitos com cartões de bancos diferentes etc.
Quando notado algum tipo de suspeita, é recomendado solicitar ao cliente uma cópia de seus documentos e até mesmo da frente do cartão de crédito usado no pedido. Muitos já não dão continuidade à compra quando esse tipo de solicitação costuma ser feita e, recebendo os dados é possível confirmar com a administradora de cartões se os últimos números do cartão enviado são compatíveis aos usados durante o pedido. Só com esses cuidados é possível eliminar algumas tentativas fraudulentas de compras.
É possível também contratar ferramentas de análise de risco que fazem comunicação diretamente com o banco emissor do cartão do cliente para comparar os dados usados durante o pedido. Normalmente esse tipo de serviço é cobrado por consulta e também não assume nenhuma responsabilidade durante as transações.
Dificuldades em rastrear fraudes, leis que favorecem a impunidade e, o mais grave na avaliação de especialistas, é que a maior parte das instituições bancárias sequer registra ocorrências, pois não tem interesse em expor fragilidades. Estes são fatores que colocam em risco a sobrevivência de empresas de comércio pela internet, que acabam por ficar com todo o prejuízo. As administradoras de cartões que deveriam garantir a segurança do pagamento não se responsabilizam por estas transações fraudulentas feitas com cartão de crédito pela Internet, simplesmente estornam o prejuízo da conta do comerciante.
[Erick Feres é diretor do site de e-commerce Automatizando]

Fonte: http://tecnologia.br.msn.com/dicas/artigo.aspx?cp-documentid=24761795