Respeito Também é Profissionalismo
A trajetória de um especialista em TI e escritor que enfrenta o preconceito disfarçado de piada
Vivemos em uma era em que o conhecimento é compartilhado, a experiência é celebrada e a comunicação tornou-se a principal ferramenta de qualquer profissional. No entanto, mesmo diante de tantas evoluções tecnológicas e sociais, algumas atitudes permanecem presas a um passado sombrio: o deboche, o preconceito e a tentativa de diminuir o outro para alimentar o próprio ego.
Eu sou FW, tenho 45 anos de idade e trabalho com Tecnologia da Informação desde os anos 2000. Atuei em diferentes frentes: suporte técnico, NOC, SOC, service desk, monitoramento, sustentação de sistemas e muito mais. Com alegria, humildade e dedicação, enfrento diariamente os desafios da profissão — seja monitorando ambientes críticos, prestando suporte em situações de crise ou colaborando com colegas e equipes de diferentes níveis técnicos. Além disso, sou escritor. Sim, escrevo com orgulho sobre aquilo que vivo: livros técnicos, guias de soluções, artigos para iniciantes e entusiastas de informática. Tenho plena consciência do valor de compartilhar conhecimento e experiências.
E foi exatamente por isso que, recentemente, fui alvo de zombarias e ataques gratuitos. Alguns colegas de trabalho debocharam do fato de eu ter escrito em meu blog que sou especialista em monitoramento. Ridicularizaram minha trajetória, questionaram minha sanidade, chegaram ao ponto de sugerir que eu estaria bêbado ao escrever, inventaram que eu tenho TDAH como se isso fosse uma ofensa, fizeram memes com minhas fotos e ainda tentaram me expor com comentários homofóbicos, insinuando algo que não tem qualquer relação com o meu trabalho, minha conduta ou minha competência profissional.
Além disso, vivencio um tipo silencioso, mas doloroso, de preconceito: o etarismo. O preconceito por ser mais velho, por ter experiência, por não fazer parte de um certo "padrão" jovem que alguns acreditam ser mais "atualizado". Como se a idade fosse um defeito e não uma conquista. Como se o conhecimento acumulado com os anos de trabalho não tivesse mais valor. Ignoram que foram profissionais como eu, e tantos outros da minha geração, que construíram as bases do que hoje muitos usam com facilidade. Ignoram que sabedoria e maturidade técnica não são modismos — são ferramentas valiosas.
Esses ataques não são apenas contra mim — são contra todos os profissionais que ousam ser diferentes, que ousam se destacar, que ousam ter orgulho da própria caminhada. São reflexos de insegurança, inveja e intolerância.
O ambiente de trabalho deveria ser um espaço de cooperação, crescimento mútuo e respeito. Mas o que vivencio atualmente em certos momentos se afasta muito disso. Não é o sonho de nenhum profissional ser alvo de piadas, chacotas e tentativas de humilhação, ainda mais em um setor tão exigente quanto o de TI — onde passamos horas com fones nos ouvidos, lidando com pressão constante e problemas complexos, muitas vezes invisíveis a quem está de fora.
Aos que se dedicam à zombaria, deixo um recado claro: não há honra em tentar apagar a luz de alguém só porque a sua está apagada. Cada meme feito, cada comentário maldoso, cada tentativa de me diminuir só reforça o quanto vocês se incomodam com o que construí — e o quanto ainda precisam amadurecer.
Escrevo este texto não como desabafo apenas, mas como ato de resistência. Quero mostrar que nenhum profissional deve se envergonhar por estudar, crescer, ensinar, criar ou por ser feliz. Não é fraqueza se orgulhar da própria história — é coragem. E não é soberba afirmar com segurança aquilo que se é: sou especialista em monitoramento, sim. Sou escritor, sim. Tenho 45 anos, sim, e com muito orgulho carrego cada lição aprendida ao longo de décadas. E sou alguém que trabalha com amor, respeito e verdade. Isso ninguém vai tirar de mim.
A você, leitor do meu blog, deixo um convite: nunca silencie diante do desrespeito. Sua trajetória é única, importante, válida. Não permita que a zombaria de outros apague a beleza do que você construiu. E se você já passou ou passa por situações como a minha, saiba: você não está sozinho.
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